27.10.06

Cabra bom...

Tenho grande admiração pelo nosso Deputado Estadual Pedro kemp (PT-MS). É um homem destemido.
Tive mais convicção disso ontem, ao assistir um debate na UNAES (Centro universitário aqui de Campo Grande). O debate era sobre as propostas do PT e do PSDB para a presidência da República. O Pedro representava a candidatura do Lula e um outro cara (esqueci o nome dele agora, só lembro que ele é professor da USP) falava em nome do Alckmin.
Não bastasse o tucano ser bem qualificado e ter uma fala eloqüente, havia um fator extremamente contrário ao petista: a platéia.
Composta majoritariamente por alunos e professores daquele centro universitário, a platéia era também majoritariamente simpatizante das propostas tucanas. Havia pouco mais de uma dezena de petistas, embora a empolgação destes fizesse com que, por vezes, parcessem mais numerosos.
Estando sentado bem ao fundo, pude ouvir uma série de comentários que, de tão retrógrados e conservadores, pareciam surreais. Em alguns momentos, ficava imaginando que não adiantava discutir ou tentar dialogar com aqueles "ruminantes", tínhamos que partir prá pancadaria logo. Mas, quando lembrava que éramos minoria, rapidamente voltava a admirar o debate de propostas (e exclusivamente verbal) como importante instrumento da democracia.
O mais contraditório é que grande parte desses comentários partia de gente que, provavelmente, integra as camadas sociais alvos das críticas e injúrias. Ou alguém acha que à noite, numa universidade de pequeno porte, vamos encontrar estudando preponderantemente os filhos da elite sul-matogrossense?
Refletindo sobre essa questão lembrei do meu amigo Jocimar e cheguei a conclusão de que eles são "uma classe em si", mas ainda estão longe de ser "uma classe para si".
Ao falar isso para o Ivan, colega de trabalho e de militância, ele lembrou e comparou a situação com a daquela famosa piada segundo a qual o melhor negócio do mundo é comprar um argentino pelo que ele realmente vale e vendê-lo pelo que ele pensa que vale.
Gosto dessa capacidade do Ivan de traduzir as coisas para uma linguagem mais popular.