9.3.07

Vícios modernos (ou a Era do cyborgs)


Ontem finalmente meu carro saiu da oficina.

Estava lá desde o final de semana passado, quando apresentou problemas na bomba d'água na viagem de SC para o MS.

Tivemos que deixá-lo em Amambai, pois era impossível seguir viagem.

Esse pouco tempo sem automóvel, e as dificuldades advindas disso, me alertaram para uma realidade: estou viciado em carro.

Não é nada muito sério. Sou ainda um viciado em fase inicial.

Mas tenho muita dificuldade em fazer as coisas, participar de atividades e eventos, sair de casa, etc., quando estou a pé.

Dentre as várias explicações possíveis, acredito que duas mereçam destaque: 1) a comodidade que um carro lhe proporciona (você vai onde quer, no momento que quiser); 2) a precariedade dos sistemas de transporte público na maioria das cidades brasileiras.


Vivemos na sociedade do automóvel. Quase tudo gira em torno dele: ruas são alargadas, viadutos e pontes construídos, estacionamentos ampliados, postos de combustível implantados, revendas aparecem por todos os lados, milhões de hectares de cana são plantados para produzir álcool, poços de petróleo perfurados, e assim por diante.

Segundo meu amigo Jorge, viramos cyborgs, parte humanos, parte máquinas. A nossa porção "máquina", no caso, é o carro.


Mas, num momento em que grande parte do mundo discute o problema do aquecimento global e busca de alternativas para reduzir a emissão de poluentes, me sinto um pouco culpado por esse meu vício.


Ok. Vou tentar me redimir.

Assim que for possível, trago a minha bicicleta (que está em Campo Grande) para Ponta Porã e passarei a utilizá-la nos trajetos mais curtos e corriqueiros.

Não sei quanto tempo vou conseguir fazer isso, mas prometo que me esforçarei.