28.3.07

O meu partido, é um coração partido...

Está em moda ultimamente mudanças de nome por parte dos partidos.

O fenômeno em si não é recente, mas merece destaque a intensidade que ele tem ganho nos tempos recentes.

Num primeiro momento, o fato que incentivou esse processo foi a "cláusula de barreira", que exigia dos partidos um percentual mínimo de votos para continuaram tendo acesso a certos "privilégios". Com isso, alguns se fundiram para atender as exigências da lei e ressurgiram como novos partidos. É o caso do PL (Partido Liberal) e do Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), que viraram PR (Partido Republicano).

Agora, seguindo a onda, o PFL também anuncia uma mudança de nome. Deve passar a se chamar os "Democratas". É, isso mesmo. Só "Democratas". Sem "Partido". Já tem gente por aí apelidando a nova legenda de "os Demo".

Mas não é apenas o Brasil que tem o privilégio de ter partidos com nomes curiosos. É um fenômeno bastante comum no restante da América Latina.

No Paraguai, por exemplo, existe um denominado Partido Liberal Radical Autêntico. Gostei do "Autêntico" no final. Imagino que no Paraguai eles devem ter muitos problemas com produtos e partidos que não são autênticos. hehehe

No México, temos o PRI, Partido Revolucionário Institucional. Sei que é possível, mas acho engraçado a convivência, num mesmo nome, dos termos Revolucionário e Institucional. Isso sem mencionar o fato de que o PRI está muitíssimo mais para Institucional do que para Revolucionário.

Sinceridade não costuma ser uma caractetrística muito presente na escolha de nomes para os partidos. Geralmente os nomes são pomposos e remetem a idéias/ideologias que, na realidade, pouco condizem com o cabedal de perspectivas que abrigam.


Bem, esse não parece ser o caso do Partido Intransigente, da Argentina. Isso mesmo, "Intransigente". Sinceridade acima de tudo. Melhor do que isso, só o lema do PI: "Siempre está!"

A foto foi tirada pela Geanys.

22.3.07

22 de março: Dia Mundial da Água

Pequena reportagem oriunda da Carta Capital

"22 de março: Dia Mundial da Água.

Uma data internacionalmente dedicada a se discutir os problemas relacionados ao uso e conservação dos recursos hídricos. Nos últimos anos, tornou-se praticamente lugar comum denunciar a degradação de rios, lagos e aqüíferos.

À primeira vista, tem-se a impressão de que já existe suficiente conscientização para a necessidade de tratar melhor nossos recursos hídricos. Contudo, o leitor mais atento provavelmente deve estar ainda se perguntando: afinal, a situação da água tem melhorado ou piorado no Brasil? Como a maioria das questões ambientais, as respostas a tais perguntas são complexas e sujeitas a uma boa dose de controvérsia.

Não pode ser negado que a sociedade ganha com a crescente discussão e tomada de consciência sobre os problemas da água. Mas é preciso dar um passo adiante e apontar as causas políticas e econômicas dos ainda graves problemas de gestão de água.

O que se chama de excesso ou falta de água nada mais é do que resultado da degradação ambiental ou conseqüência da injusta alocação de recursos entre os diversos grupos sociais."


21.3.07

Heróis!... Heróis?!?????

Antes de mais nada, quero deixar bem claro que votei no Lula (2002 e 2006) e, diante das opções disponíveis, não teria dúvidas em repetir os meus votos.

Mas, nos últimos tempos, sempre que o Lula abre a boca em público, especialmente quando faz discursos de improviso, tenho arrepios de preocupação, esperando a próxima gracinha (sem graça), a próxima metáfora futebolística ou o próximo absurdo histórico-político que certamente está por vir.

Achei que já tínhamos atingido o teto máximo com o comentário absurdo feito no ano passado de que, após uma certa idade, a pessoa deixa de lado os extremos político-ideológicos e passa a ser de centro (ou seja, "pelegueia", para usar um jargão político).

Pois bem, ontem o Lula conseguiu se superar novamente. Em discurso (de improviso) realizado numa cerimônia em Minas Gerais, se não me engano, Lula desconsiderou todo o acúmulo de pesquisas, conhecimentos e debates realizados até hoje sobre o tema e afirmou que os "usineiros da cana, antes vistos como bandidos do agronegócio", hoje em dia "estão virando heróis nacionais e mundiais".

Ora essa! Qual o significado da palavra "herói" para o presidente?

Talvez seja o mesmo de Pedro Bial, quando chama de "heróis" os participantes restantes do Big Brother Brasil 7.

Numa tacada só, Lula conseguiu tirar das costas dos usineiros todo o legado de desrespeito aos direitos dos trabalhadores (condições insalúbres de trabalho, baixos "salários", sobrecarga de trabalho, trabalho escravo, mortes, etc.), concentração fundiária (expulsão de pequenos agricultores e posseiros, grilagem, êxodo rural) e destruição ambiental (monocultura, degradação do solo, erosão, agrotóxicos, desmatamento, etc).

O fato do restante do mundo estar interessado no álcool produzido no Brasil torna os usineiros heróis?!?!? Se for assim, esse país está cheio de heróis: os exportadores de soja, de minério de ferro, de carne, etc.

Esse interesse não é gratuito e é fruto de uma crise iminente do petróleo. O principal "ralo" mundial de energia e recursos naturais do mundo, os Estados Unidos da América, precisam procurar uma alternativa barata para o combustível fóssil, que está com os dias contados.

Se essa mudança de matriz energética puder vir travestida de iniciativa ecológicamente correta, melhor ainda. Dois coelhos com uma única cajadada (quase tão eficiente quanto a tacada do Lula).

Mesmo do ponto de vista energético, embora a mídia não discuta isso, mas é importante ressaltar que alguns estudos mostram que cada unidade de energia que o álcool pode gerar, necessitou de 1,2 a 1,4 unidades de energia equivalentes para ser produzida (na forma de preparo de solo, fertilizantes, tratos culturais, transporte, alimentação dos trabalhadores, moagem, destilação, etc). Ou seja, é como se cada litro de álcool demandasse 1,2 a 1,4 litros para ser produzido. A conta é sempre negativa. Por enquanto esse saldo energético negativo continua sendo coberto pelo petróleo, usado na maior parte do processo produtivo da cana. Mas e depois?

Estamos prestes a ver o país virar uma nova "plantation" e, enquanto isso, os usineiros são tratados como heróis.
Lula, por favor, não improvise mais...

14.3.07

Intolerância

Quem leu os meus posts anteriores, deve ter reparado que eu gosto de carros, especialmente o meu. Não que eu seja um fanático compulsivo. Apenas gosto de deixá-lo ajeitado, funcionando bem e com boa aparência.

Pois bem, neste final de semana aconteceu algo que me deixou muito chateado.
Sábado à noite eu e a Geanys fomos a uma pizzaria no Paraguay, para jantar. Uma noite tranqüila, sem maiores problemas.
Contudo, no dia seguinte, ao acordar, descobri que havia um enorme risco na porta traseira esquerda do meu carro.
Imagino que esse risco tenha sido feito no sábado à noite mesmo, pois não utilizamos o carro para mais nada naquele dia.
Pelas características, o risco foi feito de maneira intencional e com o uso de uma chave.

Mas por que alguém faria uma coisa dessas?

Bem, o único motivo que me vem à mente são os dois adesivos enormes que estavam grudados no vidro traseiro, que fazem referência à vitória do Lula nas eleições de 2006 ("Lula: mais 04 anos" e "Ai! Que palck qui me deram!").

Fico chateado não apenas pelo risco em si e pelo estrago feito no carro, mas muito mais pelo signficado dessa agressão.
Parece que naquele risco estava escrito: "Quem manda aqui somos nós (a elite bovina)", "vocês não são bem vindos aqui", e outras coisas semelhantes.
Me chateia também o fato disso ter acontecido em Ponta Porã, cidade que aprendi a gostar logo que cheguei em MS e que tem como uma de suas características mais marcantes a diversidade étnica-cultural-política-social-etc.
Fiquei com aqueles adesivos no carro por quase 06 meses e passei por diversos estados (SC, PR, SP) e até países (Paraguai e Argentina), sem que nada acontecesse. E agora, justamente aqui em Ponta Porã, sofro esse tipo de agressão.

Mas isso pode ter sido apenas um acidente ou uma brincadeira de mau gosto feito por alguma criança, vocês podem estar pensando...
Pois bem, também tentei me convencer disso, até me deparar com outro risco (dessa vez no lado direito do carro) ontem à tarde.
Depois disso, não me restam mais dúvidas: foi uma agressão deliberada, motivada pelos adesivos.

Entristece-me muito ver tamanha intolerância, ignorância e covardia.
Entristece-me mais ainda que isso tenha acontecido na minha querida Ponta Porã.
Entristece-me pensar que esses atos talvez possam ter sido cometidos não por algum típico representante da elite bovina que ainda dirige este estado (até mesmo porque os locais que aconteceram dificilmente são frequentados por esse segmento), mas pela ampla camada abaixo desta, que se identifica e se orienta (política, ideológica e culturalmente) por essa elite.

Por não saber de onde partiram as agressões, momentaneamente fico ressabiado com a cidade como um todo.
Espero que esse sentimento seja passageiro.

Por via das dúvidas, tirei os adesivos....

9.3.07

Lapso

Antes tarde do que nunca:

Parabéns a todas a mulheres pelo seu dia!

Vícios modernos (ou a Era do cyborgs)


Ontem finalmente meu carro saiu da oficina.

Estava lá desde o final de semana passado, quando apresentou problemas na bomba d'água na viagem de SC para o MS.

Tivemos que deixá-lo em Amambai, pois era impossível seguir viagem.

Esse pouco tempo sem automóvel, e as dificuldades advindas disso, me alertaram para uma realidade: estou viciado em carro.

Não é nada muito sério. Sou ainda um viciado em fase inicial.

Mas tenho muita dificuldade em fazer as coisas, participar de atividades e eventos, sair de casa, etc., quando estou a pé.

Dentre as várias explicações possíveis, acredito que duas mereçam destaque: 1) a comodidade que um carro lhe proporciona (você vai onde quer, no momento que quiser); 2) a precariedade dos sistemas de transporte público na maioria das cidades brasileiras.


Vivemos na sociedade do automóvel. Quase tudo gira em torno dele: ruas são alargadas, viadutos e pontes construídos, estacionamentos ampliados, postos de combustível implantados, revendas aparecem por todos os lados, milhões de hectares de cana são plantados para produzir álcool, poços de petróleo perfurados, e assim por diante.

Segundo meu amigo Jorge, viramos cyborgs, parte humanos, parte máquinas. A nossa porção "máquina", no caso, é o carro.


Mas, num momento em que grande parte do mundo discute o problema do aquecimento global e busca de alternativas para reduzir a emissão de poluentes, me sinto um pouco culpado por esse meu vício.


Ok. Vou tentar me redimir.

Assim que for possível, trago a minha bicicleta (que está em Campo Grande) para Ponta Porã e passarei a utilizá-la nos trajetos mais curtos e corriqueiros.

Não sei quanto tempo vou conseguir fazer isso, mas prometo que me esforçarei.



5.3.07

Nota de falecimento...

É com grande pesar que comunico que minhas férias tiveram fim trágico hoje pela manhã.
Por mais que tenham sido procurados recursos para prolongar sua breve existência, infelizmente elas não resistiram à pressão e aos ataques fulminantes desse modelo de sociedade que escraviza o homem e torna-o refém do trabalho.
Foram dois meses de muitas alegrias, algumas tristezas e frustrações, e, principalmente, descanso para o corpo e para a alma.
Partem deixando para trás seu maior admirador e companheiro, eu.
Foram-se no momento em que mais eram estimadas por mim.

Para vocês, minhas queridas férias, só tenho a agradecer.
Espero reecontrá-las em breve e novamente desfrutar de sua companhia.

Assim seja.

1.3.07

Peixaria do Zeca



Há muito tempo ouço boatos acerca de supostos sítios, fazendas, pesqueiros, etc. que o ex-governador Zeca do PT teria adquirido durante sua gestão à frente do governo de Mato Grosso do Sul.

Bem, tenho dúvidas quanto à veracidade da maioria desses boatos. Mas durante minhas férias, em Floripa-SC, vi algo que me deixou balançado... hehehe


Abraços.