30.10.06

Requião


Apesar dessas eleições terem sido muito tranquilas de maneira geral, houve alguns lances emocionates.
Um deles foi a disputa pelo governo do Paraná, (felizmente) vencida pelo Requião.
No momento da apuração, estávamos (eu, Graciliano, Laura e Adilson) retornando de Ponta Porã (onde fomos votar) e ouvíamos a apuração pelo rádio. Mas, como o rádio do carro já não era lá essas coisas, era só passarmos por uma baixada para ele sair do ar. Aí ficávamos na agonia até ter novas notícias (especialmente do Paraná).
Para piorar as coisas, depois que passamos por Sidrolândia, o ponteiro do marcador de combustível começou a cair vertiginosamente, entrando rapidinho na reserva. Como ainda faltavam cerca de 50 km e não há nenhum posto de combustíveis no caminho, tive que tirar o pé do acelerador e desligar o ar condicionado.
Apesar dessas medidas, o ponteiro não parou de descer.
Estávamos vivendo uma situação análoga à do Requião: a luz vermelha já havia acendido para os dois e a disputa se dava voto a voto (no caso do Requião) e quilômetro a quilômetro (no nosso caso).
O tempo passava, o ponteiro descia e a distância parecia não se encurtava. Já estávamos pensando em apelar para reza, promessa e outras alternativas esotéricas.
Por fim, conseguirmos chegar em Campo Grande. Paramos no primeiro posto que encontramos, com o carro já falhando. Chegamos literalmente "no cheiro".

Tenho que aprender de uma vez por todas que não se pode confiar em marcadores de combustível.

Ah, quanto ao Requião, o resultado também foi parecido com o nosso: ele ganhou por 50,1% a 49,9%.

Dando milho aos pombos

A cobertura da Rede Globo à reta final das eleições 2006 foi, no mínimo, pífia.
Quem estava ligado na TV entre 18:00h e 19:30h, na expectativa de obter informações sobre o andamento da apuração nos diversos estados e no país como um todo, provavelmente há de concordar comigo.

Enquanto disputas acirradíssimas aconteciam em diversos estados e Lula ia consolidando sua liderança, a Globo exibia tranqüilamente o quadro " Dança no Gelo", do Domingão do Faustão. Fora as raríssimas inserções nos intervalos, parecia um domingo como qualquer outro. Por sorte dos brasileiros interessados interessados em política e/ou preocupados com seu futuro, outras emissoras, como a Band, adotaram posturas um pouco mais sérias e transmitiram os resultados conforme avançavam as apurações.

Lembrei daquela famosa música do Zé Geraldo:
"Isso tudo acontecendo
E eu aqui na praça,
Dando milho aos pombos".

27.10.06

Cabra bom...

Tenho grande admiração pelo nosso Deputado Estadual Pedro kemp (PT-MS). É um homem destemido.
Tive mais convicção disso ontem, ao assistir um debate na UNAES (Centro universitário aqui de Campo Grande). O debate era sobre as propostas do PT e do PSDB para a presidência da República. O Pedro representava a candidatura do Lula e um outro cara (esqueci o nome dele agora, só lembro que ele é professor da USP) falava em nome do Alckmin.
Não bastasse o tucano ser bem qualificado e ter uma fala eloqüente, havia um fator extremamente contrário ao petista: a platéia.
Composta majoritariamente por alunos e professores daquele centro universitário, a platéia era também majoritariamente simpatizante das propostas tucanas. Havia pouco mais de uma dezena de petistas, embora a empolgação destes fizesse com que, por vezes, parcessem mais numerosos.
Estando sentado bem ao fundo, pude ouvir uma série de comentários que, de tão retrógrados e conservadores, pareciam surreais. Em alguns momentos, ficava imaginando que não adiantava discutir ou tentar dialogar com aqueles "ruminantes", tínhamos que partir prá pancadaria logo. Mas, quando lembrava que éramos minoria, rapidamente voltava a admirar o debate de propostas (e exclusivamente verbal) como importante instrumento da democracia.
O mais contraditório é que grande parte desses comentários partia de gente que, provavelmente, integra as camadas sociais alvos das críticas e injúrias. Ou alguém acha que à noite, numa universidade de pequeno porte, vamos encontrar estudando preponderantemente os filhos da elite sul-matogrossense?
Refletindo sobre essa questão lembrei do meu amigo Jocimar e cheguei a conclusão de que eles são "uma classe em si", mas ainda estão longe de ser "uma classe para si".
Ao falar isso para o Ivan, colega de trabalho e de militância, ele lembrou e comparou a situação com a daquela famosa piada segundo a qual o melhor negócio do mundo é comprar um argentino pelo que ele realmente vale e vendê-lo pelo que ele pensa que vale.
Gosto dessa capacidade do Ivan de traduzir as coisas para uma linguagem mais popular.

25.10.06

O Barco

Nos últimos dias, em especial depois do 1o. turno das eleições, tenho me sentido bastante angustiado.
Como vocês devem saber, aqui no MS o PT, depois de 08 anos à frente do governo (ao menos em teoria), perdeu as eleições para o PMDB.
Além das consequências (medianamente ruins, no meu ponto de vista) que esse fato tem para o estado como um todo, ele me afeta de maneira direta, pois sou coordenador de um dos programas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário e, certamente, serei exonerado do cargo que ocupo. Poderia ser pior. Como sou concursado no estado, o salário diminui um pouco, mas não perco o emprego.
Mas o que me deixa mais angustiado nem sequer é isso, mas a sensação de que uma série de coisas pelas quais batalhamos muito para construir, mas não conseguimos solidificar de maneira adequada, estão prestes a ruir. Muito disso por responsabilidade nossa (a direção da SDA e do Idaterra), pois em diversos momentos não nos empenhamos de maneira adequada para que as coisas acontecessem ou deixamos que fatos menores afetassem o objetivo maior de fortalecer a agricultura familiar de MS.
Dia desses fiquei imaginando a situação e me veio à mente a metáfora de uma barco à deriva, no meio de um lago, com um rombo enorme no casco. Enquanto o barco afunda, parte da tripulação tenta desesperadamente jogar a água para fora (acho que estou entre esses). Mas o restante está com outras preocupações, não está nem aí com a situação, está lutando pelo controle do barco ou, pior do que isso, alguns parecem ainda estar ajudando a abrir mais buracos no casco. E há ainda aqueles que, pelo que dizem, já conseguiram um colete salva-vidas, pularam na água e estão aguardando o próximo barco passar para embarcar nele.
Enquanto tudo isso acontece, o barco continua afundando e, por mais esforço que eu faça, não conseguirei evitar isso e afundarei junto. E o mais complicado, é que eu nem sei nadar...

Mas, deixemos isso de lado. Acho que estou escrevendo essas coisas porque ando de saco cheio de tudo ultimamente. Cansei. É isso.
Que venha o próximo governo e que fique com ele todas as preocupações, dores de cabeça, noites mal dormidas, irritações, cabelos brancos, azias e tudo mais que o excesso de burrocracia, a falta de compromisso de muitos, a falta de seriedade de outros, as estruturas viciadas e muitas vezes ineficientes do Estado causaram em mim.

Bem, vou ouvir uma música para ver se relaxo um pouco...

"Hoje você é quem manda
Falou, tá falado, não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar
Água nova brotando e a gente se amando
Sem parar...."
(Chico Buarque)

24.10.06

13 Motivos...


Para aproveitar o momento eleitoral, lá vai....
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13 MOTIVOS PARA REELEGER LULA!
01 – O governo LULA já criou 7,5 milhões de novos empregos – 5,5 milhões deles com carteira assinada;
02 – Cerca de 3,2 milhões de brasileiros ultrapassaram a linha de pobreza só em 2004, graças aos programas sociais do governo LULA, como a Bolsa Família;
03 – Pelo mesmo motivo a desigualdade social no Brasil é a menor dos últimos 30 anos;
04 – Sete milhões de brasileiros subiram das classes mais pobres para a classe média;
05 – Foram reduzidos ou zerados os impostos sobre a cesta básica, os materiais de construção, os computadores e os livros, entre outros itens;
06 – A economia está cada vez mais sólida: o risco-país é o menor da história. A dívida com o FMI foi zerada. A taxa de juros caindo. A inflação está controlada e as exportações batem seguidos recordes;
07 – O salário mínimo teve um dos maiores aumentos dos últimos 40 anos. E a renda do trabalhador brasileiro aumentou pela primeira vez em dez anos;
08 – O financiamento da agricultura familiar já é quatro vezes superior ao do governo passado;
09 – O Programa Luz para Todos já tirou mais de 3,7 milhões de brasileiros da escuridão;
10 – Na educação, o Programa Universidade para Todos (ProUni) ofereceu 204 mil bolsas de estudo para que jovens de baixa renda estudassem em universidades particulares. A criação de dez universidades federais, 48 pólos universitários no interior e 32 escolas técnicas também está democratizando o acesso ao ensino superior e ao ensino profissionalizante;
11 – Grandes projetos de infra-estrutura estão em andamento ou prontos para serem iniciados em todo o país, como ferrovias Transnordestinas e Norte-Sul, o Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro, o Pólo Siderúrgico do Ceará e a Refinaria de Pernambuco;
12 – Depois de conquistar a auto-suficiência brasileira na produção de petróleo, LULA está investindo em novas fontes de energia, como a biodiesel;
13 – Na área da saúde, foram criados programas como a Farmácia Popular, o Brasil Sorridente e o SAMU.

O retorno

Bem, depois de uma longa ausência, voltei.
Não sei ao certo por que parei de atualizar meu blog. Acho que não existe um único motivo, mas diversos. Vou elencar alguns que considero mais relevantes, só para me justificar com meus raríssimos leitores: dificuldades de acesso ao blogger aqui da SDA, excesso de trabalho, eleições, vontade de curtir mais minha casa e minha namorada, trabalheira que a Frida (nossa cachorra) dá, preguiça, falta do que escrever, etc.
Com certeza existem outros motivos. Mas, por hora, estes bastam.
O importante é que voltei.