CCC
Há alguns dias atrás, quando estive em Floripa, aproveitei para matar as saudades da Universidade (UFSC).
Além de rever alguns professores e colegas que por lá continuam, pude relembrar dos meus dias gloriosos de membro do CCC.
Calma, o CCC a que me refiro não é o famigerado Comando de Caça aos Comunistas dos tempos da Ditadura.
Estou falando do Comando de Caça aos Coquetéis, instituição não-oficial, ligada (também extra-oficialmente) ao movimento estudantil. Trata-se de uma rede de informação que tem por objetivo descobrir e divulgar a existência de coquetéis dentro da Universidade (ou próximo a ela). Isso possibilitava o acesso dos estudantes de baixa renda à salgados, doces, refrigerantes, cervejas e vinhos de qualidade.
Muitos foram os coquetéis repentinamente tomados pelos estudantes, ávidos de comida, bebida e cultura, todas gratuitas.
Mas o CCC também tinha seu código de ética. Quanto mais fútil (ou "burguês", como costumávamos falar) fosse o fator motivador do coquetel, mas agressivo era o ataque. Nos eventos considerados "de relevância cultural", costumávamos ser mais moderados, para não prejudicar a atividade.
Bem, nesse período que fiquei em Floripa, certo dia estava em frente à Reitoria, onde havia combinado de encontrar minha prima, quando olho para dentro do prédio e vejo uma mesa farta, cheia de salgados, doces, sucos, café, etc., e pouca gente ao redor da mesma.
Adentrei no prédio e procurei me informar sobre o motivo daquele coquetel. Ao saber que se tratava do "coffee break" de uma reunião da Sociedade Brasileira de Engenharia de alguma coisa, não tive dúvidas: ataquei a mesa sem dó nem piedade.
Saí da Reitoria com a barriga cheia e a alma tranquila por ter cumprido minha missão como membro honorário do CCC.