30.6.07

CCC

Há alguns dias atrás, quando estive em Floripa, aproveitei para matar as saudades da Universidade (UFSC).
Além de rever alguns professores e colegas que por lá continuam, pude relembrar dos meus dias gloriosos de membro do CCC.

Calma, o CCC a que me refiro não é o famigerado Comando de Caça aos Comunistas dos tempos da Ditadura.
Estou falando do Comando de Caça aos Coquetéis, instituição não-oficial, ligada (também extra-oficialmente) ao movimento estudantil. Trata-se de uma rede de informação que tem por objetivo descobrir e divulgar a existência de coquetéis dentro da Universidade (ou próximo a ela). Isso possibilitava o acesso dos estudantes de baixa renda à salgados, doces, refrigerantes, cervejas e vinhos de qualidade.
Muitos foram os coquetéis repentinamente tomados pelos estudantes, ávidos de comida, bebida e cultura, todas gratuitas.
Mas o CCC também tinha seu código de ética. Quanto mais fútil (ou "burguês", como costumávamos falar) fosse o fator motivador do coquetel, mas agressivo era o ataque. Nos eventos considerados "de relevância cultural", costumávamos ser mais moderados, para não prejudicar a atividade.

Bem, nesse período que fiquei em Floripa, certo dia estava em frente à Reitoria, onde havia combinado de encontrar minha prima, quando olho para dentro do prédio e vejo uma mesa farta, cheia de salgados, doces, sucos, café, etc., e pouca gente ao redor da mesma.
Adentrei no prédio e procurei me informar sobre o motivo daquele coquetel. Ao saber que se tratava do "coffee break" de uma reunião da Sociedade Brasileira de Engenharia de alguma coisa, não tive dúvidas: ataquei a mesa sem dó nem piedade.

Saí da Reitoria com a barriga cheia e a alma tranquila por ter cumprido minha missão como membro honorário do CCC.

27.6.07

Quem não tem boca...


Claro que isso não redime o Grêmio de sua atuação pífia perante o Boca Juniors, na 4a. feira passada. Mas que é bom ganhar do Inter (ainda mais quando o jogo é no Beira-Rio), ah isso é...
PS - a foto acima foi tirada do kibeloco (www.kibeloco.com.br).

Vida de viajante

Minha vida é andar por esse país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações
Das terras onde passei
Andando pelos sertões
E dos amigos que lá deixei

Mar e terra, inverno e verão
Mostro o sorriso
Mostro alegria, mas eu mesmo não
E a saudade no coração ...

(Luiz Gonzaga)

25.6.07

"A Rota não prende, mãe. A Rota mata!"

A frase acima é de um jovem da periferia de São Paulo, acusado de roubo, cuja casa estava cercada por policiais da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar - grupo de "elite" da PM paulistana) que estavam à sua busca. Pouco depois o jovem foi, de fato, assassinado na frente da mãe e da esposa grávida, acusado de ter resistido à prisão e atirado nos policiais, embora estivesse desarmado.

Essa é uma das histórias contadas no livro "Rota 66: a polícia que mata", do jornalista Caco Barcellos, que recentemente ganhei de presente da Geanys.
É uma excelente leitura, com um texto envolvente, cativante e de fácil compreensão. Para que tenham uma idéia, li o livro todo (360 págs.) em duas "pegadas", durante a viagem que fiz para Santa Catarina no início desta semana (160 pág. na ida e 200 na volta).

O livro começa com o caso do assassinato de três rapazes de classe média alta pela equipe 66 da Rota e, a partir daí, vai construindo um retrato bastante detalhado da forma de atuação desse segmento da polícia militar de São Paulo, desde sua criação no início da década de 1970 até 1992 (quando foi publicada a primeira edição do livro).
Merece destaque o trabalho investigativo realizado pelo Caco Barcellos ao longo de quase duas décadas, apurando as circunstâncias de milhares de mortes de autoria da PM paulistana e construindo um verdadeiro ranking dos maiores matadores da corporação. Aí reside outro mérito do livro: a coregem em dar nome aos bois.

Um alerta aos interessados: ao longo do livro é praticamente impossível conter a sensação de indignação e revolta diante da forma de atuar (e matar) da PM e a impunidade resultante de comandos e tribunais corrompidos e/ou coniventes com esse processo.

De qualquer forma, recomendo a leitura.


18.6.07

Batismo de Sangue

Semana passada assisti à estréia de "Batismo de Sangue", filme baseado no livro de Frei Betto que relata as perseguições e torturas sofridas por ele, seus colegas de batina e outros militantes políticos durante o regime militar.
Excelente filme, que resgata um pouco do que foi aquele período macabro da história brasileira.

Merece destaque a grande atuação de algumas estrelas da nova geração de atores, como Caio Blatt e Daniel de Oliveira, além de outras já consagradas, como Ângelo Antônio e Cássio Gabus Mendes.
Um alerta para aqueles que não suportam ver imagens muito "fortes" e chocantes: o filme possui cenas de tortura bastante realistas, com interpretações muito boas dos atores.

De qualquer maneira, acho que vale a pena.
Mais uma grande produção (não tanto em tamanho ou custo, mas muito mais em qualidade) do cinema nacional.




15.6.07

Futebolísticas

É, depois do placar desastroso de 4a. feira, acho que é muito difícil o Grêmio conquistar essa Libertadores.

Fazer 4 gols contra o Caxias (como ocorreu na final do Gauchão), é uma coisa. Contra o Boca Júniors, é completamente diferente...

E o pior, é que os três gols sofridos são fruto de bobeiras do time. Na verdade, o primeiro, é resultado de uma falha grave da arbitragem. O segundo, de uma barreira afoita. O terceiro, de uma sucessão de erros (deixar o time adversário tocar na frente da grande área, deixar acontecer um cruzamento aos 44 do segundo tempo, batida de cabeça de dois defensores, e, por último, o gol contra...).

Eu estava até pensando em dar um jeito de ir ao Olímpico, na próxima 4a. feira, para ver a grande final. Mas depois dessa, desanimei.

Só mesmo um milagre para salvar o Grêmio agora. Espero que nossa cota de milagres não tenha se esgotado.

Acho que vou parar de falar sobre futebol por uns tempos....



PS - Destaque para o vandalismo sofrido por torcedores gremistas que foram a Buenos Aires. Esses argentinos nos dão cada vez mais motivos para detestá-los...

10.6.07

Que venha o Boca!!!

É, não posso negar que sofri muito na 4a. feira à noite, durante o jogo entre Santos e Grêmio. Na verdade, nem consegui ver a partida direito. Depois que o Santos fez 2x1, saí do quarto onde estava a TV para não ter um infarto.
Cada vez eu me convenço mais que que futebol é para ser visto no estádio, onde dá prá xingar o árbitro, o técnico e os jogadores adversários, o técnico e os jogadores do próprio time, etc.
Até que seja inventada uma TV totalmente interativa, perdem-se essas oportunidades.
Pior ainda é assistir o jogo junto da sogra, tendo que controlar os palavrões que inevitavelmente me vinham à boca.
Melhor mesmo não assistir...
Mas, no final das contas, o Grêmio consegiu seguir adiante na Libertadores, embora tendo perdido por 3x1 (como havia ganho a primeira partida de 2x0, o gol feito fora de casa favoreceu o tricolor gaúcho).
Claro que fico feliz pela classificação, mas não dá prá dizer que fiquei satisfeito com o jogo. Os gols que o Grêmio tomou (ao menos os dois que vi), surgiram de vacilos da defesa. Levar gol faltando 10 segundos para acabar o primeiro tempo é no mínimo um descuido e, como tal, poderia ser evitado (prá isso servem os chutões prá frente, as bolas "isoladas", a catimba, entre outras táticas tão comuns na Libertadores).

Bem, no fim, a noite de 4a. feira acabou sendo mais de alegrias do que preocupações. Não bastasse a classificação do Grêmio para a grande final da Libertadores (onde enfrentará o Boca Juniors, da Argentina), outro tricolor também se deu bem. Foi o Fluminense, que se sagrou campeão da Copa do Brasil 2007. Não sou torcedor do time pó de arroz, é claro, mas como a vitória foi em cima do Figueirense (arqui-rival do Avaí, meu time em SC) e, ainda por cima, na casa do Figueira, não posso deixar de me alegrar.

Saudações tricolores a todos.

9.6.07

Sinfonia Ecológica Brasileira

Ontem assisti a um espetáculo entitulado "Sinfonia Ecológica Brasileira".

Segundo a definição do próprio programa da apresentação, "a Sinfonia Ecológica Brasileira é uma proposta que está sintonizada com a necessidade de levar a todo ser humano - independente da nacionalidade, credo ou cor - a mensagem que não pode ser adiada: nosso plante está doente".

Fazem parte do espetáculo a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, o Grupo Acaba (reforçado por alguns outros nomes de primeira categoria, como o baterista Sandro Moreno e o violeiro Marcelo Loureiro), a cantora Tetê Espíndola, a companhia de dança e teatro Nau de Ícaros e a Academia de Ballet Juliana Omati.

É uma superprodução, que envolve mais de 500 pessoas, entre artistas e produção.

O show é constituído de apresentações do Grupo Acaba, da Orquestra Sinfônica, de algumas mesclas dos dois, além de 3 ou 4 músicas cantadas pela Tetê Espíndola. Enquanto isso, num palco mais ao fundo os grupos de teatro/dança se apresentavam, dando uma interpretação própria às músicas.

Foram duas horas de puro encanto, que nos fez esquecer o frio que fazia no Parque das Nações Indígenas ontem à noite.

É difícil escolher apenas um momento, mas se fosse necessário, diria que o ponto alto da noite foi quando a Tetê Espíndola cantou a canção "Águas Irreais", acompanhada da Orquestra Sinfônica. Foi simplesmente divino.

É, ouvir um pouco de música de qualidade em Campo Grande, cidade dominada pelos sertanejos da vida, é sempre muito bom.

O espetáculo encerrou a semana do meio ambiente e faz parte de um projeto capitaneado pela Orquestra Sinfônica de Campinas. A próxima apresentação será no domingo, em Corumbá. Depois, todo o grupo parte para Cuba, onde fará duas apresentações no encerramento de um Congresso de Cultura Latino-americana. Dizem inclusive, que o Fidel fará sua primeira aparição pública após a cirurgia numa dessa apresentações. É esperar e conferir.






5.6.07

De férias

A atualização do meu blog vai ficar meio prejudicada nos próximos dias.
É que resolvi adiantar umas férias que eu havia programado para julho, prá resolver uns probleminhas, e por isso terei menos acesso à internet nos próximos dias.
No momento estou em Campo Grande.
Na medida do possível, vou filar internet na casa da amga Edir, para dar uma passada por aqui de vez em quando.

Abraços.